OPINIÃO
As 8 melhores motos GT para viajar
As GT's continuam a ser as motos mais aptas para percorrer longas distâncias, com muita carga e passageiro, de forma rápida e independentemente das condições meteorológicas. E ainda assim chegar a qualquer hotel de cinco estrelas em grande estilo. Qual a sua favorita? Deixe aqui a sua opinião respondendo a 4 perguntas
andardemoto.pt @ 4-5-2015 22:41:59
Texto: Rogério Carmo Foto: Marcas
Todos nós já sonhámos com grandes viagens de moto. Uns dizem que o que importa é o caminho, para outros será o destino. Muitos querem-no o mais longe que o tempo e o dinheiro permitem, mas para outros o que conta é ir, sem destino ou preocupações. Muitos até vão quase sem dinheiro. Preferem chamar-lhe aventura.
Seja de que maneira for, também é certo que qualquer moto, fiabilidade à parte, é capaz de nos levar bem longe de casa e proporcionar aventuras e experiências que fiquem gravadas profundamente na nossa memória. Mas não há nada melhor do que fazê-lo com estilo e com o máximo de garantias de que não vamos ter nenhum percalço no caminho.
Para isso, e para todos aqueles que sonham em desafiar o desconhecido e fazerem-se à estrada, seleccionei as 8 melhores motos de Grande Turismo para viajar. Capazes de carregar todas as tralhas que achamos necessárias, levar confortavelmente uma boa companhia, ultrapassar todas as partidas que a meteorologia pode pregar, e ainda assim chegar a qualquer lado em segurança. O seu ambiente favorito é a estrada aberta e as auto-estradas onde este tipo de moto permite cobrir largas distâncias em etapas a bom ritmo e com paragens muito espaçadas.Todas elas estão equipadas com transmissão por veio e cardã para minimizarem as operações de manutenção. E todas apresentam um grande número de ajudas electrónicas à condução, que minimizam a fadiga e aumentam a segurança.
A ordem que vou atribuir é exclusivamente alfabética e as considerações não levam a nenhuma conclusão sobre qual é a melhor. São, indiscutivelmente e todas elas muito competentes, mas e escolha final será sua!
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Trata-se de uma moto lançada em 2011, que encerra em si o supra sumo da tecnologia que a casa bávara tem para oferecer. Dotada de um impressionante e exclusivo motor com um bloco de seis cilindros em linha, colocado transversalmente, é a única moto de produção actual a oferecer este tipo de propulsor. Está repleta de sistemas electrónicos que proporcionam uma condução segura e relaxada. Muito fácil de conduzir e manobrar, a sua capacidade de carga também é elevada.
A iluminação é muito boa já que está dotada de um sistema único de inclinação do foco de luz que, em curva, mantém a iluminação apontada para o centro da estrada. A protecção aerodinâmica é referencial e a capacidade de carga é também generosa. Apesar da elevada cilindrada e do desempenho dinâmico expectável, os seus consumos são bastante contidos, garantindo grandes autonomias perfeitamente justificadas pelo elevado conforto que proporciona tanto para o condutor como para o passageiro.
Ao estar equipada com veio de transmissão também evita as desconfortáveis operações de manutenção frequentes. Está disponível em duas versões, sendo a Exclusive recheada com uma grande quantidade de opcionais que facilitam ainda mais a tarefa de nos levar longe.Completamente reformulada em 2014, a RT é uma moto de referência para os grandes viajantes. Tendo recebido o novo motor com refrigeração por líquido, a sua potência subiu significativamente e para valores mais do que suficientes para cumprir o objectivo de nos levar longe rapidamente e em segurança.
Ao contrário da sua irmã mais “crescida” (a K1600GTL), esta BMW R1200RT também se comporta como peixe na água em estradas retorcidas e em maus caminhos, sendo muito ágil também no meio de tráfego congestionado. Mas em comum com ela tem suspensão inteligente, ABS, Controlo de tracção, Controlo de velocidade automático, diversos Modos de motor, Assistente de arranque em piso inclinado, Quickshift, GPS integrado e Sistema de áudio, dispositivos que disponibiliza (alguns em opcional), e que facilitam imenso a vida do condutor em viagem.
A sua condução revela-se muito intuitiva e proporciona grande confiança a par com um escasso consumo de energias. Travagem aprimorada e um comportamento dinâmico de elevado nível são o seu apanágio. As suas grandes dimensões escondem uma manobrabilidade elevada mas asseguram um conforto muito acima da média, tanto para o condutor como para o passageiro e ainda providenciam uma grande capacidade de carga. Tudo isto a par com consumos francamente modestos e uma grande autonomia.
Um modelo icónico da Honda cuja primeira versão foi apresentado há já mais de 40 anos. É, e tem sido durante todo esse tempo, uma referência no que respeita a longas viagens. Por isso arrasta consigo enormes legiões de fãs que se agregam em clubes e que viajam frequentemente por todo o mundo em intermináveis travessias continentais.
O motor de seis cilindros em formação "boxer" é o seu ex-libris (apesar de as primeiras versões apresentadas em Milão em 1974 estarem equipadas com um bloco de apenas quatro cilindros) e é admirado pela sua suavidade de funcionamento e desempenho. A sua fiabilidade e qualidade de construção contribuem em muito para uma desvalorização pouco acentuada.
Para ajudar a manobrar os seus mais de 400kg de peso, disponibiliza marcha atrás, funcionalidade exclusiva neste segmento. Apesar do imponente tamanho, a Goldwing é extremamente fácil de conduzir. Em andamento não se dá pelo seu peso, e mesmo a manobrar, o seu excelente equilíbrio torna a tarefa mais fácil do que à partida possa parecer.
As malas integradas garantem uma elevada capacidade e a carenagem frontal oferece uma grande proteção aerodinâmica para ambos os ocupantes que também desfrutam de imenso espaço. A elevada qualidade da ciclística proporciona uma condução relaxada e uma impressionante manobrabilidade a baixa velocidade.
A lista de acessórios opcionais é incrivelmente extensa, sejam de fábrica sejam de “aftermarket”, e permitem configurar a Honda GL1800 para suprir qualquer necessidade por mais específica que seja. Desde os kits de "3 rodas" aos atrelados, passando pelos descansos centrais automáticos ou as mais diversas soluções estéticas e de conforto, existe de tudo o que a nossa imaginação pode alcançar.Apesar do anos, a Goldwing ainda continua a ser um caso sério de desempenho e exclusividade, muito apreciada em todo o mundo.
4 - Honda ST 1300 Pan European
Mais um modelo incontornável do maior fabricante japonês. Apresentada ao público europeu no ano de 2002, esta é outra moto desenhada com as grandes viagens em mente. O seu grande argumento é que ao mesmo tempo permite uma utilização diária devido à sua elevada manobrabilidade. O robusto motor V4 que a equipa é outro clássico da Honda, famoso pela sua fiabilidade, suavidade, elevado débito de binário e linearidade de entrega, dotado de uma suave caixa de cinco velocidades e também de transmissão por veio. Um depósito com capacidade para 29 litros garante-lhe uma grande autonomia.
A Pan European oferece uma elevada proteção aerodinâmica e muito espaço para condutor e passageiro. A ciclística de muita qualidade proporciona uma condução relaxada e muita confiança. A suspensão é sobretudo vocacionada para garantir conforto e, mesmo quando carregada, o seu desempenho dinâmico é de muito bom nível.
Está equipada com travagem combinada e ABS. À semelhança da sua “irmã” mais crescida, também está equipada com transmissão por veio. As malas laterais integradas na carenagem oferecem uma grande capacidade de carga. Apesar dos muitos anos que tem no activo, a ST1300 continua nos catálogos da marca e não há rumores sequer sobre a sua substituição ou descontinuação.
Esta é uma moto que começou a ser comercializada em 2008, e o modelo actual já é a sua segunda evolução. A Kawasaki dotou a GTR 1400 de elevadas prestações dinâmicas pelo que esta é uma das mais radicais GT do mercado. O seu motor tetracilíndrico deriva do da balística Kawasaki ZZR 1400, e está equipado com distribuição variável que lhe confere potência em todos os regimes de funcionamento.
A travagem combinada dispõe de um sistema que se adapta ao tipo de condução, sendo mais desportiva quando se viaja sozinho e a ritmos mais rápidos, ou mais confortável a toadas mais calmas com passageiro. A suspensão de afinação mais desportiva penaliza um pouco o conforto em mau piso, mas a proteção aerodinâmica é muito boa para ambos os ocupantes.
Malas laterais integradas na carenagem, com uma capacidade de 35 litros cada, garantem uma boa capacidade de carga. O veio de transmissão, especificamente desenhado para garantir conforto, é outro dos atributos que qualificam a GTR com uma boa máquina de viajar. O seu quadro monocoque, desenvolvido pelo departamento de competição da marca, é único neste segmento e engloba a caixa de ar do motor, que também funciona como elemento estruturante da ciclística.
Além de muitos pormenores como os punhos aquecidos e o sistema de monitorização da pressão dos pneus, a GTR 1400 ainda está equipada de série com o sistema KIPASS que prescinde da utilização da chave convencional para operar a ignição e abrir as malas e o depósito de combustivel, bastando para isso manter o pequeno comando, que funciona por aproximação, no bolso do condutor.6 - Moto Guzzi Norge 1200 GT 8V
A mais latina desta série de motos para viajar é precisamente esta italiana fabricada em Mandelo del Lario. O seu motor Quatrovalvule em V a 90º, montado transversalmente no quadro tubular, é a grande estrela do conjunto. O seu carisma, aliado às linhas esguias da carenagem e a uma elevada qualidade de construção garantida por componentes de qualidade, a par com um detalhado cuidado nos acabamentos, tornam-na a moto de eleição para quem procura sobretudo exclusividade e design. No entanto, o desempenho dinâmico não foi menosprezado e aliado à potência do motor permite andamentos muito vivos e médias horárias muito interessantes.
A sua condução inspira muita confiança e mesmo as estaturas mais baixas não têm dificudade em conduzir a Norge já que o seu assento fica apenas a uns escassos 810 mm do chão. Muito manobrável a baixa velocidade e estável a alta velocidade, também está equipada com o tradicional veio de transmissão da marca que lhe confere uma escassa manutenção.
Para além de contar com um pequeno compartimento de arrumação no painel, a Norge também aí disponibiliza uma acessível tomada de 12V. Malas laterais integradas, ecrã com regulação elétrica e punhos aquecidos são equipamento de série. O conforto geral é elevado pois até pormenores como o amortecimento do guiador não foram descurados.A marca britânica lançou em 2013 uma das grandes motos deste segmento. Literalmente as dimensões da Trophy 1200 são grandes pois pretendem, e efetivamente conseguem, elevar os padrões de proteção aerodinâmica a um nível superior, mesmo sob qualquer tipo de condição meteorológica. Dotada de um motor tricilíndrico capaz de prestações dinâmicas muito interessantes, e com uma ciclística à altura de qualquer desafio, esta britânica é tudo menos fleumática.
Consegue devorar quilómetros a ritmos muito interessantes, e garante elevados níveis de conforto que permitem usufruir da grande autonomia proporcionada pelo generoso depósito e pelo modesto consumo. Muito manobrável, exibe também um comportamento impecável em estradas de curvas, mesmo que os pisos não sejam perfeitos.
Dotada de suspensões WP com regulação eletrónica, controlo da pressão dos pneus, sistema de audio com Bluetooth entre outros gadgets muito úteis, porporciona uma experiência de condução de nível muito elevado. A capacidade de carga é grande pois as malas laterais disponibilizam um volume de 31 litros e na Top Case (opcional e dotada de uma conveniente tomada de 12V) há mais 55 litros de espaço.
Também a Yamaha oferece no seu catálogo uma solução para quem gosta muito de andar de moto. A FJR, definida pela marca como uma turistico-desportiva, tem vindo desde 2001, ano em que foi lançada a primeira versão desta GT, a ser uma das opções mais populares deste segmento, tanto no mundo como por terras lusas.
A estrela do conjunto é sem dúvida a unidade motriz que, inspirada no motor da primeira R1, ainda pelos actuais parâmetros se mantém como uma fonte inesgotável de potência e linearidade, capaz de retomas desde muito baixas rotações mesmo em quinta velocidade. Ao longo destes anos, a FJR tem vindo a ser regularmente actualizada, sendo que os últimos modelos já contam com suspensão electrónica e forquilha invertida (versão AE), e ainda embraiagem electrónica que dispensa a manete, sendo o arranque feito apenas com o acelerador, e as passagens de caixa feitas automaticamente com um pequeno toque do indicador ou do polegar, ou através do simulador do tradicional selector de mudanças (versão AS).
A capacidade de carga da FJR 1300 é ligeiramente inferior à da média deste segmento, justificada pelas aptidões mais desportivas do modelo, mas tanto a protecção aerodinâmica como as ajudas electrónicas à condução são elevadas, estando ao nível das suas rivais.
Se está realmente a pensar adquirir uma moto para fazer aquela viagem com que sonha há muito, então volte a ler este artigo, consulte as fichas técnicas e ligue para um concessionário da marca da sua preferência para marcar um test ride. Atreva-se!
andardemoto.pt @ 4-5-2015 22:41:59
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